Há mais de 50 anos deixei a Amazônia, mais precisamente o Acre. E fi-lo com o coração partido, mas alegre, cheio de esperanças.
Garanti à minha mãe – dona Raimundinha, que fazia e vendia, num tabuleiro humilde, o melhor chá-de-burro, o conhecido munguzá da cidadezinha -, que voltaria formado, anelão no dedo do Sul maravilha, cheio de lero-lero, para orgulho dela, e a ajudaria.
Ela nunca mais venderia mingau nas noites de chuva e frio da cidade.
Ela riu – riso de mãe, inesquecível – estávamos sentados nos degraus envelhecidos de nossa humilde e deliciosa casinha.
– És igual ao teu pai. Não voltará…
Na ocasião, por jovem, não pude perceber sua tristeza, somada a uma escondida dor.
Chica, neta dela, mais de 60 anos depois, retorna ao mundo, EUA, também prometendo voltar. Fará, imagino, o que fiz com sua vó? Se o fizer será o troco das trapaças da vida.
Só agora, com essa nova partida, pude, de verdade, sentir a tristeza e a dor de dona Raimundinha, minha mãe.
Posso dizer realmente que este post mexeu comigo,me fazendo lembrar de minha mãe, de seu sorriso….
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imaginei, e te disse, que serias tocada pela história. mexida, pelas semelhanças…
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um super e carinhoso abraço Lia…bom dia
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Belo texto.
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grato
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co-movida
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obrigado
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grato, obrigado, sem saber de que Beth se trata. bom dia
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Uma bela e comovente crônica.
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por que não se identifica, deus do céu…rsrsrs super abs e obrigado…
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grato, gratíssimo. e bom dia, caro Alguem…
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