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Bolsonaro entende, uma de suas últimas pérolas, que manter índios em reservas demarcadas é tratá-los como animais em zoológicos.

Disse mais; se quiserem ser “um ser humano igual a nós” têm que abandonar seus territórios e ocupar a periferia da “civilização”, isto é a periferia de miséria que circunda as cidades.

É o discurso do paleolítico, trogloditas, do agronegócio, grileiros, desmatadores, mineradoras, garimpeiros, que só pensam em invadir terras, sonegar impostos, não pagar multas, ganhar favores do estado.

Esse discurso é antigo, clichê estúpido, vocalizado por grupos conhecidos com presença no Congresso. Agora ganham força no Planalto, como nunca antes.

Não aceitar que Bolsonaro foi eleito, democraticamente, até mesmo sem os milionários recursos dos fundos partidários e eleitorais, é prova soberba de fanatismo político.

E, no entanto, já não estar mais em campanha, e precisa, portanto, compreender melhor as coisas como elas são.

É demais pedir a um capitão reformado, que no Congresso nunca saiu do “baixo clero”, bloco de parlamentares toscos, fisiologistas, arroz de festa da representação popular?

Somam hoje cerca de um milhão de indivíduos, formam diferentes nações, em diferentes estágios, lembrando a existência de povos ainda sequer contatados pelo chamado processo civilizatório.

Há nações produzindo, com tecnologia sofisticada, exportando café, arroz, os mais diferentes produtos, ajudando inclusive proteger territórios que sem sua presença estariam invadidos e degradados.

O Waimiri/Atroari, por exemplo, entre Amazonas e Roraima, mantém intacto imensas florestas.

Impediram a degradação da barragem de Balbina, hidrelétrica que abastece Manaus e protegem as imensas florestas de seu território.

Assim como há grupos, na periferia das cidades, já degradados, provando que a chamada integração proposta por Bolsonaro é política de extermínio, não só de seus valores, como de resto físico de todo um povo.

Essa “integração”, esse retrocesso na demarcação de seus territórios, 115 estão engavetadas, na prática, é uma política de genocídio.

Produzir juízos ligeiros, desinformado, de boa ou má fé, na contramão de um país que tem nesses povos sua formação étnica, cultural e histórica, é começar o jogo chutando nas costas dos que acreditaram que estivesse de fato preparado.

Bolsonaro que tanto celebra as forças armadas, deveria revisitar Rondon, um general do Exército que orgulha o país, ele próprio descendente de índios Borôro.

Rondon integrou o Brasil profundo, levou civilização de verdade aos sertões, e lembrava, centrado nessas culturas;” morrer se preciso for, matar nunca”.

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